A asma é uma doença crônica, sem cura e não transmissível, que causa inflamação nas vias aéreas, deixando-as inchadas e sensíveis ao entrar em contato com poeira, mofo, fumaça de cigarro, entre outros agentes irritantes.
Um dos principais sintomas da doença, que acomete cerca de 20 milhões de brasileiros, é a dificuldade para respirar. A doença pode atingir pessoas de qualquer idade e as crises costumam se acentuar durante as estações frias do ano. Além da dificuldade para respirar, as pessoas que têm asma costumam manifestar os seguintes sinais e sintomas:
- Falta de ar;
- Aperto e/ou chiado no peito;
- Tosse
Como prevenir
Não é possível impedir a doença de se manifestar, já que suas causas são relacionadas a fatores genéticos e ambientais. Porém, é possível evitar crises e complicações com algumas medidas:
- Ter acompanhamento médico regular e seguir as recomendações do especialista, que pode prescrever medicamentos;
- Evitar a exposição a lugares com muita poeira, fumaça, poluição e cheiros fortes;
- Manter-se agasalhado, principalmente em estações frias do ano;
- Não fumar e evitar ficar perto de pessoas que fumam;
- Evitar usar carpetes e manter a casa livre de pó e sujeira;
- Evitar bichinhos de pelúcia, almofadas, tapetes e outros objetos que costumam atrair ácaros;
- Fazer exercícios físicos regularmente, sob orientação médica.
Tratamento
Por se tratar de uma doença inflamatória, a base do tratamento da asma consiste no uso de drogas inalatórias anti-inflamatórias conhecidas como corticoides inalatórios. Existem diversas moléculas diferentes (budesonida, beclometasona, fluticasona, mometasona), sendo todas altamente eficazes e com excelente perfil de segurança. O uso da via inalatória para o tratamento da asma sempre deve ser priorizado uma vez que se consegue atingir altas taxas de eficácia terapêutica com baixas doses do medicamento e, consequentemente, baixo risco de efeitos colaterais. Comumente, o uso de broncodilatador é associado ao regime terapêutico. Os broncodilatadores que agem na via simpática (Beta-2 agonistas) são altamente eficazes e propiciam uma broncodilatação quase que imediata e potente. Diante disso, a combinação do broncodilatador com corticóide inalado em um único dispositivo é um dos tratamentos mais prescritos por contemplarem tanto um remédio que controlará a causa base da doença (inflamação) como outro que oferece alívio imediato dos sintomas.
Avanços no Tratamento da Asma
Asma leve e moderada
Nos últimos anos tivemos vários avanços no tratamento da asma. Tanto para pacientes com doença mais leve como para aqueles com doença mais grave.
Dentre os pacientes com asma mais leve, a indicação do corticóide inalado e broncodilatador beta-2 de longa continua sendo a primeira escolha de tratamento. Entretanto, em algumas situações o uso intermitente, somente quando o paciente apresenta sintomas, pode ser uma opção viável. Com isso, o regime terapêutico passa a ser mais cômodo para o paciente. Importante ressaltar que a decisão por essa estratégia deve ser discutida com o médico que o acompanha.
Outro avanço no tratamento da asma muito importante refere-se a como fazer a medicação de resgate para controle dos sintomas agudos. Pacientes com asma geralmente são orientados a usarem “bombinhas” de beta-2 agonista de curta duração (salbutamol, fenoterol). Esses remédios têm efeito broncodilatador imediato e tem duração de cerca de 4 horas. São remédios eficazes sim. Porém, atualmente encorajamos o uso da associação de formoterol (broncodilatador de longa duração, mas também com início de ação imediata) com um corticoide inalatório. Com isso, conseguimos ofertar ao paciente no momento da piora dos sintomas tanto o broncodilatador que irá aliviar prontamente os sintomas da asma, mas também o corticoide que fornecerá um reforço anti-inflamatório quando o paciente mais precisa. Essa estratégia chamada de terapia de controle e resgate tem sistematicamente apresentado melhores resultados no controle de sintomas e prevenção de exacerbações nos pacientes com asma.
Asma grave
Os avanços no tratamento da asma grave foram ainda mais importantes nos últimos anos.
Atualmente, existe a possibilidade de associarmos um segundo broncodilatador ao esquema terapêutico dos pacientes que permanecem sintomáticos ou que apresentem alteração persistente na sua prova de função pulmonar. Trata-se de uma outra classe de broncodilatador que age na via parassimpática e chamamos de anticolinérgicos. Dentre eles podemos citar o tiotrópio, umeclidínio e glicopirrônio.
Em pacientes que apresentem exacerbações pulmonares frequentes com necessidade de repetidos cursos de corticóide oral e antibióticos, uma outra opção terapêutica é o uso de macrolídeos em dose imunomoduladora. Para esses pacientes exacerbadores, é prescrito o uso de azitromicina na dose de 250mg a 500mg, por via oral, 3 vezes por semana. Apesar de ser um antibiótico, nesta dose a azitromicina desempenha um papel imunomodulador nas vias aéreas e diminui o risco de exacerbações em pacientes com asma grave.
Por fim, sem dúvida alguma, um dos maiores avanços no tratamento da asma grave nos últimos anos foram os imunobiológicos. São remédios que agem em vias específicas da inflamação da asma, caracterizados por alta potência terapêutica e excelente perfil de segurança; A grande vantagem do tratamento com os imunobiológicos é serem altamente específicos e com isso conseguimos praticar o conceito de medicina personalizada. Diante de um paciente com asma grave, atualmente devemos entender de forma detalhada as características particulares de cada paciente e com isso escolher o mais adequado esquema terapêutico, garantindo melhores resultados.
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